domingo, 4 de abril de 2010

Você

- Tudo bem, boa noite pra você.
- Pra você também. E vê se você não me chama de você.
- Ué, e como vou chamar você?
- Não sei, arruma um jeito. Não gosto que você me chame de você.
- Porque já?
- Acho feio. Parece raiva ou indiscrição. Até mesmo má educação.
- Ora, mas veja você... má educação?
- Isso mesmo. Sempre achei feio conversação que incluísse o 'você'. Parece pouco confiável, sem interação, aproximação.
- E pergunto de novo, como chamo você?
- Me chame pelo meu nome. Ah, não. Prefiro que não. Não gosto do meu nome. Parece raiva, indiscrição.
- Para as patavinas, você e seu você. Haja frescura nesse mundo!
- Não, não diga frescura. Diga manias. Senão parece raiva, indiscrição...
- FRESCURA, FRESCURA, FRESCURA! Você merece é uma cadeira na tua cara, logo após de um tabefe bem dado.
- Não, se eu fosse você não faria isso.
- Porque?

(assobio de um vento)

- Cadê você?

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